quarta-feira, novembro 12, 2003

A entrega e a dúvida

Não vou falar de quando alguém escolhe dividir suas energias entre duas opções não mutuamente exclusivas, como ter dois empregos, dois filhos ou dois hobbies - ou todos eles ao mesmo tempo.
Também não vou me referir a possibilidades passadas, com efeitos extintos, como a dúvida sobre o amor de uma pessoa que não faz mais parte da vida presente. Nem, muito menos, tratar de hipóteses que já não se verificaram, o velho e perigoso "e se tivesse...".

Quero apenas divagar sobre quando há duas possibilidades para o mesmo fato ou evento, e elas determinam formas diferentes de agir, reagir, sentir e pensar. Nesse caso, qualquer que seja a escolha, não há como se entregar integralmente a ela. Sempre haverá espeço reservado para a dúvida, por menor e mais controlado que seja ele.

E quero colocar em questão a situação em que alguém sabe a verdade sobre este fato ou evento e se nega a revelá-la. Mais especificamente, ainda, quando cobra, de quem não sabe, uma decisão.

E ainda há nuances possíveis. O alguém que sabe pode sugerir que não sabe, ou mesmo mentir e dizer que não sabe. Ou pode dizer que sabe - ou não ter como esconder - mas recusar-se claramente a dizer o que sabe.

Ou esse alguém não tem a confiaça do outro. Ou pode a ter tido e a ter posto em dúvida tendo afirmado ora uma, ora outra possibilidade e, então, de novo a primeira... e depois jura que está falando a verdade agora, que mentiu antes. Apenas a prova material e concreta poderá restaurar a confiança. Não bastam circunstâncias, evidências ou juras. Ou não?

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