quinta-feira, agosto 14, 2003

pureza fraca

Uma olhada em e-mails de outras épocas me deixaram um tanto quanto pensaroso, e talvez outro tanto nostálgico. As idéias fluiam mais e melhor. Talvez porque o meio, e-mail, fosse mais novo e enchesse menos a paciência. Talvez porque tivéssemos mais tempo, e mais paciência. Talvez tivéssemos mais ânimo e sede. Talvez precisássemos mais.

Temo um mundo onde não haja a diferença. A diferença é o que faz algo acontecer. Qualquer diferença, não importa qual, provoca alguma mudança. Engraçado falar isso diante de tanta desigualdade no mundo, mas percebam que dentro de cada grupo as pessoas ftendem a se proteger da dor pela busca de iguais. Estamos homogêneos demais. Um pensamento bobo, mas eficaz: "se eu achar alguém mais ou menos do meu jeito, isso prova que meu jeito tem respaldo na realidade, é um jeito viável, válido de ser - eu existo..."

Me pergunto quanto tempo perdemos com esse raciocínio (me perdoem a generalização, mas isso fortalece meus argumentos...), e quanto deixamos talvez de crescer pela diferença, nos aconchegando nos espelhos.

Uma pureza fraca, cada vez mais etérea, envolve minhas memórias, recentes e distantes. Fecho os olhos como se fosse personagem de uma propaganda de 15 segundos, 15 segundos desesperados buscando transmitir um significado eterno, mesmo que vazio, a tudo o que se mova. Abro os olhos e lá está minha vida sendo ela mesma de novo, só andando quando eu quero.

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